O Unicef expressou nesta quarta-feira (12) "alarme" pela escalada de violência na Cisjordânia ocupada, onde o número de crianças palestinas mortas disparou desde outubro de 2023 e cada vez mais famílias são deslocadas pelas operações militares israelenses.
"Nos primeiros dois meses de 2025, um total de 13 crianças palestinas morreu na Cisjordânia ocupada", sete delas desde o início, em 19 de janeiro, de uma grande operação militar israelense no norte desse território ocupado por Israel desde 1967, disse Edouard Beigbeder, responsável pela agência da ONU para a infância no Oriente Médio.
"Unicef está profundamente alarmado pela escalada de violência, particularmente em Jenin. O aumento do uso de armas explosivas, ataques aéreos e demolições nas governadorias de Jenin, Tulkarem e Tubas, incluindo campos de refugiados e outras áreas densamente povoadas, deixou a infraestrutura essencial severamente danificada, interrompendo os fornecimentos de água e eletricidade", acrescentou.
São "milhares de famílias", destacou, deslocadas por essas operações militares na região, onde a violência se intensificou desde o começo da guerra em Gaza em 7 de outubro de 2023.
Beigbeder apontou que desde então "195 crianças palestinas e três crianças israelenses morreram na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental", o que representa um "aumento de 200% no número de crianças palestinas mortas nos últimos 16 meses em comparação com os 16 meses anteriores".
De acordo com o Escritório de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha), 224 menores, em sua grande maioria meninos (218), morreram entre janeiro de 2023 e janeiro de 2025 na Cisjordânia devido às forças israelenses ou colonos israelenses. Isso equivale a metade dos 468 menores mortos no território desde 2005, quando a Ocha começou a contabilizar as vítimas.
Mais de 2.500 crianças palestinas também ficaram feridas na Cisjordânia entre janeiro de 2023 e dezembro de 2024, segundo a agência.
* AFP