Os preços internacionais do petróleo caíram, nesta quarta-feira (12), diante de possíveis conversas de paz sobre a guerra na Ucrânia que poderiam significar o retorno da Rússia ao mercado e expectativas de um novo recorde na produção dos Estados Unidos.
Em Londres, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em abril baixou 2,36%, cotado a 75,18 dólares. Seu equivalente americano, o West Texas Intermediate (WTI), para março, fechou em Nova York a 71,37 dólares, uma queda de 2,66%.
O presidente americano, Donald Trump, e seu par russo, Vladimir Putin, conversaram por telefone nesta quarta e concordaram em estabelecer negociações "imediatas" para encerrar quase três anos de guerra na Ucrânia.
Trump informou sobre a reunião ao presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.
"A conversa correu muito bem. Ele, assim como o presidente Putin, quer alcançar a PAZ", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social, e acrescentou que Zelensky se encontrará com o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, e o chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, em Munique na sexta-feira.
Essas conversas "permitirão eliminar parte do risco geopolítico do mercado e sinalizam o possível retorno de fornecimentos adicionais de petróleo por parte da Rússia", explicou à AFP Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.
Segundo o especialista, em caso de negociações de paz, "é possível que os Estados Unidos aliviem algumas sanções contra a Rússia, o que permitiria que chegasse mais petróleo ao mercado".
"Isso foi o que fez os preços caírem" na segunda metade do dia, apontou Lipow.
Horas antes, os preços do petróleo já estavam caindo devido às previsões da Agência de Informação sobre Energia dos EUA.
"As estimativas de consumo permaneceram praticamente inalteradas, mas a produção esperada de países não pertencentes à Opep+ foi revisada para cima", disse Tamas Varga, analista da firma PVM.
Isso deve provocar um excesso de oferta e conduzir a uma queda nos preços do petróleo.
A produção dos Estados Unidos, cujo aumento a um nível "recorde" é aguardado, deve ser ainda maior do que o esperado, com uma média de 13,59 milhões de barris diários (mbd) em 2025.
* AFP