Donald Trump e Vladimir Putin conversaram por telefone nesta quarta-feira (12) e concordaram em iniciar negociações "imediatas" para pôr fim à guerra na Ucrânia, após três anos de conflito no país.
A Rússia e os Estados Unidos começarão "imediatamente" as negociações, afirmou o presidente americano, Donald Trump, em sua rede social Truth Social, onde garantiu ter mantido uma "conversa longa e muito produtiva" com seu contraparte russo, Vladimir Putin.
"Queremos deter os milhões de mortes que estão ocorrendo na Guerra com Rússia/Ucrânia. O presidente Putin até usou meu muito forte lema de campanha, 'BOM SENSO'. Ambos acreditamos firmemente nisso", escreveu, destacando parte do texto em maiúsculas, como costuma fazer.
Falou-se sobre "as fortalezas de nossas respectivas nações e o grande benefício que algum dia teremos trabalhando juntos", disse ele, sobre a primeira conversa com Putin desde que retornou à Casa Branca em 20 de janeiro.
O presidente russo afirmou, por sua vez, que deseja encontrar uma "solução a longo prazo" para a guerra na Ucrânia por meio de "diálogos de paz".
"O presidente Putin mencionou a necessidade de abordar as causas fundamentais do conflito e concordou com Trump que é possível encontrar uma solução a longo prazo por meio de diálogos de paz", disse aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Um porta-voz do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, confirmou que este falou sobre o tema com Trump.
Trump e Putin concordaram em visitar seus respectivos países, segundo o presidente americano.
O republicano, que até agora havia mantido silêncio sobre suas intenções em relação à Ucrânia, comprometeu-se a pôr fim rapidamente à "carnificina" da guerra, até mesmo pressionando Kiev, que recebeu bilhões de dólares em ajuda militar de Washington durante o governo de seu antecessor democrata Joe Biden.
- Troca de prisioneiros -
A chamada telefônica entre os dois líderes ocorreu um dia depois de a Rússia ter libertado um americano, Marc Fogel, condenado a 14 anos de prisão por posse de drogas.
Em troca, Washington libertou o russo Alexander Vinnik, especialista em informática acusado de múltiplos crimes relacionados à plataforma de troca de criptomoedas BTC-e.
Segundo a Casa Branca, espera-se que essa troca marque o "início de uma relação" com a Rússia para pôr fim à guerra na Ucrânia.
Ao mesmo tempo, em Bruxelas, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, delineou nesta quarta-feira as linhas vermelhas de Donald Trump sobre a Otan e a Ucrânia.
Ele considerou "pouco realista" pensar que a Ucrânia voltará às suas fronteiras anteriores a 2014, ou seja, incluindo a Crimeia.
Tampouco lhe parece realista a adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica.
Os europeus temem ficar à margem de um possível acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia, que poderia ser alcançado em detrimento de Kiev.
A guerra na Ucrânia começou em fevereiro de 2022, depois que a Rússia invadiu o território ucraniano. O conflito causou centenas de milhares de mortos e feridos em quase três anos.
* AFP