O narcotraficante Ismael "El Mayo" Zambada, que está preso nos Estados Unidos, pediu para ser repatriado ao México diante da possibilidade de ser condenado à pena de morte, confirmou, nesta sexta-feira (21), a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum.
Cofundador do cartel de Sinaloa, que Washington acabou de designar como grupo terrorista, Zambada está sendo julgado por narcotráfico em Nova York, depois de ter sido levado para o território americano de forma irregular por um dos filhos de seu ex-sócio, Joaquín "El Chapo" Guzmán, condenado à prisão perpétua no país vizinho.
O pedido da defesa de Zambada "foi recebido no consulado em Nova York e (...) estamos apresentando à Procuradoria Geral" mexicana, disse a mandatária em sua coletiva de imprensa diária.
O acordo de extradição entre México e Estados Unidos exclui a pena de morte, mas o caso de "El Mayo", de 77 anos, gera dúvidas, pois ele foi detido no estado do Texas (sul) em julho passado.
Zambada afirma que foi sequestrado por um filho de "El Chapo" e transferido em um avião particular, aparentemente em troca de benefícios judiciais.
"Se o governo do México não agir (...) serei condenado à pena de morte sem nenhuma dúvida", afirma Zambada no documento de mais de trinta páginas, que detalha vários aspectos legais.
Sheinbaum insistiu que, sem a intenção de defender o traficante, seu caso está nas mãos da Procuradoria, pois tem a ver com "o direito de um cidadão mexicano" que está sendo julgado nos Estados Unidos "sem ter seguido todo o procedimento" legal.
* AFP