O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, afirmou neste sábado (22) que "a paz da Ucrânia e a segurança da Europa não podem ser impostas", dois dias antes de viajar a Kiev por ocasião do terceiro aniversário da invasão russa.
A paz, "para que seja justa e duradoura (...) deve contar com o apoio, com o concurso, a participação da Ucrânia e dos europeus", afirmou o governante socialista durante um evento de seu partido em Castela e Leão, no noroeste do país.
Sánchez pronunciou as palavras um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter afirmado que não considera essencial que seu homólogo da Ucrânia, Volodimir Zelensky, esteja presente nas negociações que pretendem acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia.
"A posição do governo da Espanha é bem clara. Nem a lei do mais forte, nem a lei do velho oeste. A paz da Ucrânia e a segurança da Europa não podem ser impostas, devem ser acordadas com os ucranianos e com os europeus", destacou Sánchez.
"Submeter-se ao agressor não trará a paz, ao contrário: trará, como a história nos mostrou, agressões futuras e mais graves", afirmou o espanhol.
Sánchez anunciou a viagem a Kiev, coincidindo com o terceiro aniversário da invasão russa, para "reafirmar o apoio da Espanha à democracia ucraniana".
Ele também defendeu Zelensky, a quem Trump chamou de "ditador", como parte da mudança que Washington em relação à Ucrânia, da qual Washington é o principal fornecedor de ajuda militar e financeira, para iniciar uma aproximação com o Kremlin.
"Zelensky foi eleito presidente do governo da Ucrânia com o voto dos ucranianos e ucranianas", disse Sánchez.
"Se alguém lutou pela democracia na Rússia, não foi o presidente Vladimir Putin, mas o opositor Alexei Navalny, que pagou com sua vida por lutar pela democracia na Rússia", completou.
O opositor russo morreu em 2024 em uma colônia penal no Ártico em circunstâncias que não foram esclarecidas.
* AFP