Funcionários palestinos denunciaram, nesta terça-feira (11), o decreto do presidente, Mahmud Abbas, que acaba com os pagamentos às famílias dos mortos por Israel e aos prisioneiros em prisões israelenses.
A ordem, emitida no dia anterior e que deve afetar dezenas de milhares de pessoas, transfere a administração desses pagamentos para uma fundação independente.
Qadura Fares, chefe da comissão da Autoridade Palestina que supervisiona os assuntos dos prisioneiros, pediu a retirada imediata do decreto. Ela alertou que cerca de 35.000 a 40.000 famílias, tanto dentro quanto fora dos territórios palestinos, serão afetadas.
Para Fares, uma decisão tão significativa deveria ter sido discutida em todos os níveis de liderança política palestina, pois "as atribuições para os prisioneiros sempre foram um ponto de consenso" entre os diferentes grupos palestinos.
Em uma declaração separada, ela disse que uma organização da sociedade civil, a Fundação Palestina para o Empoderamento Econômico, agora gerenciará esses pagamentos e realizará auditorias para "verificar as dificuldades econômicas" dos prisioneiros e suas famílias.
De acordo com a agência oficial de notícias Wafa, todas as pessoas que anteriormente recebiam o benefício estarão "sujeitas aos mesmos padrões aplicados sem discriminação a todas as famílias beneficiárias de programas de proteção e bem-estar social".
A lei existente, aprovada em 2004, classificava todos os prisioneiros palestinos como funcionários do governo e proporcionava a eles ou às suas famílias salários baseados em fatores como a duração da sentença, segundo o decreto.
Esse decreto de Abbas surgiu em resposta a um pedido dos Estados Unidos e à pressão reiterada de Israel sobre a Autoridade Palestina para abolir o que seus críticos chamam de programa "Pagar para Matar".
O governo israelense argumenta que o programa incentiva a violência contra os israelenses e o considera "financiamento e apoio ao terrorismo".
* AFP