O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou que o México propôs igualar as tarifas que Washington impôs aos produtos chineses, em uma tentativa de evitar as taxas anunciadas por Donald Trump aos bens mexicanos.
A pausa de um mês nas tarifas de 25% às importações de Canadá e México, impostas pelo presidente americano, expira na próxima terça-feira e os dois países tentam evitá-las.
"Acho que uma proposta muito interessante que o governo mexicano fez é talvez igualar os Estados Unidos em nossas tarifas sobre a China", sustentou o chefe do Tesouro em entrevista difundida nesta sexta-feira pelo canal Bloomberg Television.
Procurado pela AFP, o governo mexicano não confirmou essa informação.
"Acho que seria um bom gesto se os canadenses também fizessem isso", acrescentou Bessent.
Se os dois vizinhos dos Estados Unidos se alinhassem, "poderíamos ter uma América do Norte forte", protegida de uma avalanche de produtos chineses, opinou.
Washington afirma estar preocupado com o excesso de capacidade industrial da China e advertiu que isso poderia provocar uma avalanche de produtos baratos no mercado global, minando a concorrência.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, insiste em dialogar com Trump para evitar as tarifas.
Mas, na quinta-feira, Trump afirmou que, até que se resolvam os problemas da migração irregular e se impeça a entrada de drogas nos Estados Unidos, as tarifas propostas vão entrar em vigor segundo o programado, em 4 de março.
Também anunciou uma tarifa geral adicional de 10% sobre as importações da China, além dos 10% iniciais que entraram em vigor no início de fevereiro.
O México entregou aos Estados Unidos na quinta-feira alguns dos traficantes presos mais conhecidos do país, incluído o veterano "chefão" Rafael Caro Quintero, conhecido como "Narco dos Narcos", em uma tentativa de evitar tarifas generalizadas. Caro Quintero é acusado do assassinato de um agente encoberto americano.
* AFP