Uma delegação da entidade reguladora global de armas químicas chegou a Damasco hoje para se encontrar com os novos líderes da Síria pela primeira vez desde a queda do ex-presidente Bashar Al-Assad. O presidente interino do país é Ahmad Sharaa, conhecido anteriormente como Abu Mohammed al-Golani.
A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW, em inglês) encontrou evidências do uso repetido de armas químicas pelo governo de Assad durante a guerra civil de quase 14 anos da Síria. No ano passado, a organização também encontrou evidências de que o grupo Estado Islâmico usou gás mostarda contra a cidade de Marea.
A delegação, que estava programada para se encontrar com o presidente sírio, Ahmed al-Sharaa, e o ministro das Relações Exteriores, Asaad Hassan al-Shibani, inclui especialistas técnicos que esperam fazer contato com seus colegas sírios. Desde a derrubada do governo de Assad, a embaixada do Catar em Haia atuou como intermediária entre a nova liderança e a OPCW.
O novo governo da Síria tomou o poder em dezembro de 2024, encerrando 53 anos da ditadura Assad - Bashar Assad assumiu o poder em 2000, sucedendo ao próprio pai, Hafez Assad, que governou o país de 1971 até sua morte.
Os protestos contra o governo Assad começaram em 2011, junto com os de outros países do Oriente Médio na chamada "Primavera Árabe". As manifestações desembocaram em uma guerra civil que durou 14 anos. Após fases em que parecia que o governo sairia vencedor, os rebeldes obtiveram um rápido avanço entre novembro e o início de dezembro de 2024 e conseguiram o controle de Damasco. Ahmad Sharaa liderou os rebeldes na deposição de Bashar Assad ao comandar o grupo Hayat Tahrir al-Sham. Sharaa já integrou a Frente Al-Nusra, braço da Al-Qaeda no país, mas afirma não ter mais ligações com o grupo terrorista. / AP