O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) reiterou que a devolução de restos de reféns mantidos em Gaza deve ser "realizada em privado", depois que o Hamas expôs, nesta quinta-feira (20), caixões com os corpos de quatro reféns antes da entrega.
"Essas operações devem ser realizadas em privado, por máximo respeito ao falecido e aos enlutados", afirmou o órgão em um comunicado.
"Fomos inequívocos: todas as libertações, tanto de vivos como de falecidos, devem ser realizadas com dignidade e privacidade", acrescentou.
O CICV facilita as trocas de reféns por prisioneiros entre o Hamas e Israel, no âmbito do atual acordo de cessar-fogo.
O movimento islamista palestino Hamas entregou nesta quinta os restos de quatro reféns a Israel, entre os quais afirmou estarem os dois filhos e a mãe da família Bibas, de origem argentina.
Mas, antes de devolvê-los, combatentes encapuzados e armados expuseram os caixões em um palco em Khan Yunis, no extremo sul da Faixa de Gaza.
Atrás da estrutura, havia um grande painel com a imagem do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apresentado como um vampiro sedento por sangue.
O Hamas anunciou em novembro de 2023 que Shiri Bibas e os filhos, Ariel e Kfir, de quatro anos e oito meses, respectivamente, na época do sequestro, haviam sido mortos em um bombardeio israelense, mas Israel nunca confirmou essa informação.
Os três foram capturados no dia 7 de outubro de 2023, durante o ataque do Hamas no sul de Israel, que desencadeou a guerra em Gaza.
O quarto refém, Oded Lifshitz, de 83 anos, também foi sequestrado nesse dia no kibutz de Nir Oz, perto do pequeno território palestino governado pelo Hamas.
* AFP