A China afirmou nesta quarta-feira (12) que rejeita "politizar" a tecnologia e o comércio, depois que o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, advertiu que "regimes autoritários" tentam usar a Inteligência Artificial (IA) para controlar cidadãos e outros países.
"Rejeitamos a prática que consiste em traçar linhas baseadas em ideologias, generalizando o conceito de segurança nacional e politizando os temas econômicos, comerciais e tecnológicos", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun, em uma entrevista coletiva de imprensa em Pequim, ao ser questionado sobre os comentários de Vance.
O vice-presidente americano fez os comentários na terça-feira, durante uma reunião de cúpula em Paris sobre IA, onde mais de 60 países, incluindo a China, mas não os Estados Unidos, assinaram uma declaração que pede uma governança melhor desta tecnologia, para torná-la "aberta, inclusiva e ética".
O Reino Unido também não assinou a declaração.
Em uma mensagem direcionada à China, o vice-presidente americano enfatizou que "se associar a regimes autoritários" para desenvolver a IA significa "acorrentar sua nação a um mestre autoritário que busca se infiltrar, se estabelecer e assumir o controle de sua infraestrutura de informações".
Em outra mensagem dirigida à União Europeia, Vance fez um alerta sobre a "regulamentação excessiva" do setor, que está atraindo investimentos bilionários e, ao mesmo tempo, provoca alarme diante da proliferação de imagens ou notícias falsas, além de fraudes financeiras contra os usuários.
O porta-voz chinês afirmou que Pequim "defende uma tecnologia de IA de código aberto e promove a acessibilidade dos serviços de IA".
* AFP