Autoridades mexicanas relataram nesta quarta-feira (29) a descoberta de outros 16 cadáveres em valas clandestinas perto da fronteira com os Estados Unidos, somando um total de 72 corpos encontrados durante uma operação de busca iniciada em dezembro.
No sábado passado, a promotoria do estado de Chihuahua (norte) informou sobre a exumação de 56 cadáveres durante os trabalhos, que podem se prolongar por mais cinco meses.
"Os 72 foram encontrados em fossas, alguns são corpos desmembrados", disse Javier Sánchez, diretor do Instituto de Ciências Forenses de Chihuahua, ao canal Milenio.
Mais cedo, a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, anunciou a colaboração do governo federal nessas investigações.
Segundo um relatório da promotoria, pelo menos três dos corpos foram identificados como motoristas de caminhões de carga que haviam sido dados como desaparecidos.
Sobre a possibilidade de serem estrangeiros sem documentos, Sánchez afirmou que a região não é uma rota de trânsito de migrantes em direção aos Estados Unidos.
Os corpos foram encontrados em cerca de 50 fossas em uma área entre os municípios de Casas Grandes e Madero, onde há a presença de células criminosas que disputam o território.
Em meio à onda de violência ligada ao tráfico de drogas que afeta o México há quase duas décadas, as descobertas de covas clandestinas com corpos de pessoas desaparecidas têm se multiplicado.
Em um dos casos mais chocantes, em 2020 foram localizados mais de 300 cadáveres em uma propriedade no estado de Durango (norte).
Chihuahua tinha até dezembro 3.927 pessoas registradas como desaparecidas. Os estados mais afetados são Jalisco (oeste) e Tamaulipas (nordeste), que contam com mais de 13 mil casos, segundo estatísticas governamentais.
Desde dezembro de 2006, quando as autoridades lançaram uma controversa estratégia antidrogas com participação militar, o México acumula quase 480 mil homicídios e cerca de 110 mil desaparecidos, de acordo com dados oficiais.
* AFP