A Rússia ampliou nesta sexta-feira (31) as acusações contra a Ucrânia pelo suposto assassinato de civis em uma localidade tomada pelas forças de Kiev na região russa de Kursk.
O Comitê de Investigação da Rússia anunciou que examina as mortes de "22 moradores" da localidade de Russkoye Porechnoye, a quase 20 quilômetros da fronteira.
O órgão, responsável por investigar os principais crimes no país, havia anunciado em 19 de janeiro um inquérito pelas mortes de pelo menos sete civis na localidade de Kursk.
A Ucrânia tomou o controle de dezenas de localidades nesta região da fronteira durante uma ofensiva surpresa em agosto e afirma que, apesar dos avanços das tropas russas, ainda ocupa uma área onde vivem quase 2.000 civis.
Os investigadores russos afirmam que assassinatos em Russkoye Porechnoye aconteceram entre setembro e novembro do ano passado e os atribuem a cinco soldados ucranianos.
O comitê afirma que os corpos das vítimas foram encontrados nos porões de várias casas e que incluem oito mulheres que teriam sido estupradas antes dos assassinatos.
A AFP não conseguiu verificar as afirmações com fontes independentes até o momento. A Ucrânia não divulgou uma reação oficial às acusações.
Rússia e Ucrânia trocam acusações sobre as mortes de civis desde o início do conflito, que completará três anos em fevereiro.
As forças russas são acusadas pelo assassinato de centenas de civis na cidade ucraniana de Bucha, perto de Kiev, onde uma equipe da AFP observou e fotografou vários corpos nas ruas, alguns amarrados.
A Rússia rejeita as acusações sobre as atrocidades cometidas nesta cidade e acusa Kiev de ter encenado o ataque. Várias organizações independentes de verificação de fatos e de imprensa, incluindo a AFP, desmentiram as alegações de Moscou.
* AFP
