O Departamento de Justiça dos Estados Unidos demitiu dezenas de funcionários que trabalhavam na equipe de conselheiros especiais que investigou o presidente dos EUA, Donald Trump, em dois casos criminais separados. O desligamento ocorreu na segunda-feira (27).
— O procurador-geral em exercício, James McHenry, tomou essa decisão porque não acreditava que essas autoridades fossem confiáveis para implementar fielmente a agenda do presidente, devido ao seu papel significativo nos processos contra ele —indicou um funcionário do Departamento de Justiça, sem citar quantas pessoas foram demitidas.
De acordo com a fonte, as demissões entraram em vigor imediatamente e se concentraram em autoridades que desempenharam papéis importantes no processo contra Trump.
A imprensa americana indicou que trata-se de mais de 10 pessoas, e que várias delas são promotores de carreira do Departamento de Justiça. O promotor especial Jack Smith, que apresentou duas acusações federais contra Trump, renunciou no começo do mês.
Trump acusou o seu antecessor Joe Biden de conduzir uma "caça às bruxas política" contra ele. Em seu discurso de posse, prometeu que acabaria com o que chamou de "uso violento, injusto e cruel do Departamento de Justiça" e do "governo como arma".
Em uma carta enviada às autoridades, McHenry se referiu às alegações de Trump de que governos anteriores usaram a polícia como arma para prejudicar inimigos políticos. "Em nenhum lugar esse esforço foi mais saliente do que nos processos sem precedentes que o Departamento de Justiça vigorosamente perseguiu contra o próprio presidente Trump", diz uma cópia da carta obtida pelo jornal The Washington Post.
Smith acusou Trump de conspirar para alterar o resultado das eleições de 2020 e de má gestão de documentos classificados após deixar a Casa Branca. Nenhum dos casos foi a julgamento.
Trump enfrenta outras acusações na Geórgia por tentativa de alterar os resultados eleitorais naquele Estado, mas o caso deve ficar parado enquanto ele estiver no poder.
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