O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou no sábado (9) que revogou um decreto que aumentava o próprio salário, assim como de ministros. Este reajuste foi amplamente criticado pela sociedade argentina, especialmente por membros da oposição. Em reação, Milei disse que medida foi "concedida de forma automática" em razão de decreto assinado pela ex-presidente Cristina Kirchner em 2010. As informações são do g1.
O fato ocorre dias depois de o governo argentino conceder um aumento de 30% no salário mínimo para os trabalhadores - índice abaixo do esperado por empresários e sindicatos, em meio a uma inflação de mais de 250% ao ano.
Ainda em fevereiro, contudo, Milei assinou um documento que previa o aumento salarial do presidente, de ministros e outros cargos ligados ao governo argentino. Segundo a oposição, esse aumento seria de quase 50%.
Em razão da contrariedade das ações do governo, o caso acabou ganhando repercussão no país. No último sábado, então, Milei publicou nas redes sociais que iria revogar a medida e culpou a ex-presidente Cristina Kirchner pelo aumento.
"Acabo de ser informado que em decorrência de um decreto assinado pela ex-presidente Cristina Kirchner em 2010, que estabelecia que os dirigentes políticos deveriam ganhar sempre mais que os funcionários da administração pública, foi concedido um aumento automático aos quadros políticos deste governo", escreveu.
Em nota, o Gabinete Presidencial também se manifestou, reafirmando que o aumento havia sido concedido de forma automática. "A situação herdada é crítica, e os argentinos estão fazendo um sacrifício heroico. É tempo de os políticos pagarem o custo do que provocaram", sublinhou a nota.
A ex-presidente Cristina Kirchner rebateu as acusações nas redes sociais, afirmando que o decreto assinado por ela não tinha relação com o reajuste salarial do atual presidente.
"Quero pensar que o senhor lê o que assina, não é? No (decreto sobre aumento) de janeiro, o senhor não incluiu expressamente as autoridades, e no de fevereiro o senhor e os seus funcionários foram incluídos", escreveu no X (antigo Twitter) ao citar decretos assinados por Milei.
Desde o início de seu mandato, Milei tem adotado medidas econômicas para cortar gastos e atingir o déficit zero nas contas públicas. Essas políticas têm sido alvos de críticas pela oposição e alguns setores da sociedade, ocasionando em greves e manifestações.