Um tribunal do Japão condenou nesta quinta-feira (25) à morte o homem que incendiou um estúdio de animação em 2019, onde morreram 36 pessoas, noticiou a imprensa local.
Shinji Aoba admitiu ter provocado o incêndio nos estúdios de Kyoto Animation em 18 de julho de 2019, no crime mais mortal em décadas no Japão, que chocou os fãs de anime no país e no exterior.
Julgamento
O réu começou a ser julgado em setembro do ano passado por cinco acusações: assassinato, tentativa de assassinato, incêndio criminal, violação de propriedade e violação da lei de controle de armas.
— Não pensei que tantas pessoas morreriam e agora acho que fui longe demais — afirmou o acusado, que compareceu ao tribunal em uma cadeira de rodas na época. Aoba quase morreu em consequência das queimaduras do incêndio e passou várias semanas em coma no hospital.
Mais de 90% de sua pele foi queimada e ele passou por 12 cirurgias de recuperação, segundo o médico responsável pelo atendimento. Ele também precisou de uma intervenção para recuperar a fala.
Seus advogados insistiam na inocência e alegam problemas psiquiátricos, apesar de ser declarado "mentalmente apto" para ser julgado em dezembro de 2020.
Ele foi acusado de entrar ilegalmente no edifício dos estúdios, espalhar gasolina no térreo e atear fogo, aos gritos de "morram".
A motivação não foi determinada, mas já foi citada a hipótese de Aoba ter acusado o estúdio de roubar seu trabalho, o que o Kyoto Animation nega.
O estúdio, conhecido pelos fãs como KyoAni, é popular pela produção de série de anime para TV como "A melancolia de Haruhi Suzumiya" ou "K-On!".