O ministério da Saúde do Japão aprovou o uso de uma pílula para a interrupção da gravidez, permitida no país em gestações com até nove semanas. Antes do resultado da análise do pedido do laboratório britânico Linepharma, as mulheres só poderiam realizar abortos, permitidos desde 1948 através de um procedimento cirúrgico, após o consentimento do cônjuge.
O tratamento combina a mifepristona (ou RU 486), que interrompe o desenvolvimento da gravidez ao agir sobre o hormônio progesterona, e o misoprostol, tomado um a dois dias depois, provocando contrações e sangramento.
A aprovação do método já usado em outros países aconteceu após longos debates, que resultaram em um parecer ministerial favorável à prática.
Segundo a televisão estatal NHK, o custo total da pílula abortiva combinada com uma consulta médica será de aproximadamente 100 mil ienes, 737 dólares ou 3.685 reais, sem reembolso da interrupção da gestação pelo seguro médico.
Ativistas japonesas reivindicam acesso mais rápido a pílula do dia seguinte para a prevenção de uma gravidez indesejada. Atualmente, o país asiático só permite a comercialização após consentimento médico, o seguro de saúde não reembolsa a compra da medicação e há necessidade de ingestão do remédio na presença de um farmacêutico, para evitar o comércio ilegal do produto.