As famílias continuam, nesta terça-feira (14), em busca de seus parentes desaparecidos no Malawi, após a passagem mortal do ciclone Freddy, que atingiu duas vezes o sul da África.
Quase 110 pessoas morreram no Malawi e no vizinho Moçambique, e a expectativa é que esses números aumentem.
No Malawi, um dos países mais pobres do continente, pelo menos 99 pessoas morreram, disse a agência de desastres.
Depois de tocar o solo na noite de sábado, pela segunda vez, em Moçambique, deixando dez mortos, Freddy se dirigiu para o sul do vizinho Malawi na madrugada de segunda-feira. A região de Blantyre, a capital econômica, é o epicentro da tragédia.
"Nos sentimos impotentes, e ninguém ajuda a gente", disse à AFP John Witman, de 80 anos, nos subúrbios de Chilobwe, perto de Blantyre.
Este senhor procura o genro, que desapareceu no desabamento de sua casa após o aumento repentino das águas.
De terra e tijolos, a maioria das casas não resistiu ao ciclone.
Os moradores estão convencidos de que há dezenas de corpos debaixo da lama.
Ontem, famílias e socorristas escavavam entre os escombros com as próprias mãos.
Freddy atingiu o sul da África pela primeira vez no final de fevereiro, depois de se formar no noroeste da Austrália. Após uma trajetória inédita de mais de 10.000 km de leste a oeste do Oceano Índico, tocou o solo de Madagascar e atingiu Moçambique. O balanço de vítimas era, então, de 17 mortos.
Seguindo uma trilha circular incomum, o ciclone voltou a afetar a costa de Madagascar na semana passada.
Freddy pode se tornar o ciclone tropical de maior duração já registrado, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência das Nações Unidas. O tufão John durou 31 dias em 1994.
* AFP