A companhia energética italiana Eni firmou, neste sábado (28), um acordo gasífero no valor de 8 bilhões de dólares com a companhia nacional de petróleo da Líbia, durante uma visita da chefe de governo da Itália, Giorgia Meloni, a Trípoli.
Os governos europeus buscam alternativas ao gás russo após a drástica redução no fornecimento causada pela invasão da Ucrânia há quase um ano, que fez os preços dispararem, obrigando os países a arcar com altos custos em subsídios.
A Eni declarou que se tratava do primeiro grande projeto na Líbia desde o princípio dos anos 2000 e que supõe o desenvolvimento de dois campos de gás offshore.
"A produção combinada de gás das duas estruturas começará em 2026 e alcançará um pico de 750 milhões de pés cúbicos de gás padrão por dia", disse a companhia italiana em comunicado.
O acordo foi assinado na presença da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e de seu anfitrião, Abdelhamid Dbeibah, chefe do governo líbio de Unidade Nacional.
"A Líbia é uma prioridade para a Itália, para a estabilidade do Mediterrâneo, para a segurança italiana e para os grandes desafios que a Europa enfrenta, como a crise energética", disse Meloni aos jornalistas.
Ex-metrópole colonial da Líbia, a Itália é atualmente um importante parceiro comercial do país africano, sobretudo na exploração de hidrocarbonetos.
No início desta semana, Meloni esteve na Argélia, em uma viagem para fortalecer a cooperação entre ambos os países no setor dos hidrocarbonetos.
Na Líbia, além do aspecto econômico, a questão migratória esteve no foco das discussões.
Meloni anunciou um acordo bilateral para "conter o fluxo de imigração ilegal" procedente do litoral líbio, um problema "que não afeta apenas a Itália, mas também toda a Europa", declarou.
A Itália está na linha de frente diante da chegada em massa de migrantes irregulares procedentes do litoral da Líbia e Meloni chegou ao poder em outubro prometendo pôr fim à imigração irregular.
Mais de 105.000 imigrantes chegaram à Itália por via marítima em 2022, segundo o Ministério do Interior italiano.
* AFP