A Promotoria da Guatemala anunciou na segunda-feira (16) sua intenção de levar à Justiça o ministro da Defesa da Colômbia, Iván Velásquez, por supostas ações ilegais quando ele atuou como chefe de uma missão antimáfias da ONU no país centro-americano.
Velásquez é acusado de endossar, supostamente de forma irregular, os acordos de "colaborador efetivo" (testemunha protegida) de três ex-executivos brasileiros no caso de suborno da construtora Odebrecht na Guatemala, disse o chefe da Promotoria Especial contra a Impunidade (FECI), Rafael Curruchiche, em um vídeo publicado nas redes sociais.
O atual ministro da Defesa colombiano liderou, de 2013 até seu fechamento em 2019, a Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (CICIG), entidade vinculada à ONU que, junto com o Ministério Público, revelou vários escândalos de corrupção.
Segundo Curruchiche, Velásquez e a ex-procuradora-geral Thelma Aldana (2014-2018) concederam a "autorização" em 2017 para a assinatura dos acordos de colaborador efetivo em meio à investigação contra a Odebrecht, "o que denota que tinham pleno conhecimento das negociações obscuras e corruptas que estavam ocorrendo" com a empresa brasileira.
A FECI "realizará as ações judiciais cabíveis" para que Velásquez e outros envolvidos no caso "respondam por seus atos ilegais, arbitrários e abusivos", considerando que a negociação causou "grave prejuízo ao Estado da Guatemala", afirmou.
Velásquez rejeitou a acusação em nota, depois de indicar que não "foi notificado de nenhuma exigência pelas autoridades guatemaltecas".
O presidente colombiano, Gustavo Petro, saiu em defesa de seu ministro e chamou a embaixadora na Guatemala, Victoria González, "imediatamente para consulta".
* AFP