A polícia canadense acusou nesta quinta-feira (17) um cidadão de Quebec de preparar uma "atividade terrorista" para derrubar o governo do presidente assassinado do Haiti, Jovenel Moise.
Gérald Nicolas, de 51 anos, é apontado como o responsável por "executar uma revolução armada no Haiti com o único fim de tomar o poder", segundo a Gendarmaria Real do Canadá (GRC).
Nicolas teria "realizado ações concretas", viajando ao Haiti e montando um grupo armado que preparou um "golpe de Estado", disse a polícia, que iniciou uma investigação sobre o caso em julho de 2021.
O suspeito deverá comparecer a um tribunal canadense em 1º de dezembro.
Em entrevista por telefone à AFP, Nicolas negou categoricamente as acusações contra ele, dizendo que foram orquestradas por um amante rejeitada como "vingança" pelo fim do relacionamento.
Seu advogado, Tiago Murias, disse que Nicolas vai se declarar inocente.
As autoridades ressaltaram que essa investigação não está vinculada ao assassinato do presidente Moise por um comando em sua casa perto da capital, Porto Príncipe, em julho de 2021.
Horas após o magnicídio, a polícia haitiana prendeu 20 suspeitos, entre eles 18 ex-militares colombianos que haviam sido contratados como mercenários. Desde então, não havia avanços no caso.
Nomeado dois dias antes do assassinato de Moise, o primeiro-ministro Ariel Henry permanece desde então no poder, apesar dos sérios questionamentos à sua legitimidade por parte da oposição política e de parte da sociedade civil.
O Haiti tem sido palco de violentos protestos sociais e políticos há meses.
* AFP