Ativistas ambientais pulverizaram a famosa pintura "Morte e Vida" do pintor austríaco Gustav Klimt com um líquido preto nesta terça-feira (15), informou o Museu Leopold em Viena.
"Infelizmente fomos vítimas de um ataque pouco depois das 10h00 GMT(07h00 no horário de Brasília)", disse o porta-voz do museu, Klaus Pokorny, à AFP.
"Após uma primeira verificação na presença da equipe de restauração, podemos esclarecer qualquer preocupação sobre possíveis danos à obra ou sua estrutura original", afirmou a instituição em nota.
Ativistas do grupo "Última Geração", que reúne ativistas alemães e austríacos, reivindicaram a responsabilidade pela ação no Twitter ao divulgar imagens. Nelas, dois homens são vistos atacando a obra, um deles tenta enfiar a mão no vidro, antes de ser parado por um funcionário.
"Parem a destruição (da humanidade) com combustíveis fósseis. Estamos caminhando para o inferno climático", gritou um dos ativistas.
Nesta terça-feira a entrada no museu é gratuita por um dia patrocinado pelo grupo petrolífero austríaco OMV.
Este grupo se define como "a primeira geração a experimentar o início do colapso climático e a última que ainda pode detê-lo".
Nas últimas semanas, ativistas ambientais multiplicaram ações em todo o mundo atacando obras de arte para alertar a opinião pública sobre o aquecimento global.
"As preocupações dos militantes são legítimas, mas atacar obras de arte certamente não é a melhor maneira de evitar as mudanças climáticas previstas", reagiu o diretor do museu, Hans Peter Wipplinger.
Por sua vez, a secretária de Estado da Cultura, Andrea Mayer (ambientalista), foi compreensiva com as "preocupações e também o desespero" dos ativistas, num comunicado transmitido à AFP.
Mas considerou que "aceitar o risco de danos irreversíveis às obras de arte não é o caminho a seguir".
Os dois ativistas não foram presos, mas são alvo de "uma denúncia por danos materiais e perturbação da ordem pública", disse um porta-voz da polícia austríaca, entrevistado pela AFP.
* AFP