Dezenas de manifestantes pró-Palestina protestaram nesta sexta-feira (9) em frente ao Parlamento marroquino contra a normalização das relações com Israel, depois que o Estado judeu retirou seu embaixador em Marrocos como parte de uma investigação sobre abuso sexual, segundo jornalistas da AFP presentes no local.
Cerca de 100 pessoas se manifestaram contra a reaproximação entre Marrocos e Israel e criticaram o embaixador israelense David Govrin e o chanceler marroquino, Naser Burita.
"Hoje, estamos diante do Parlamento para protestar contra os atos horrendos" supostamente cometidos por David Govrin, disse Amine Abdelhamid, ativista pró-Palestina crítico à normalização das relações entre Marrocos e Israel.
"A dignidade de Marrocos não está à venda, a normalização deve cessar", acrescentou.
Manifestantes queimaram uma bandeira israelense antes do fim do protesto.
Na segunda-feira, o canal público israelense Kan informou que uma delegação do Ministério das Relações Exteriores viajou a Rabat para investigar alegações de abuso sexual contra o representante diplomático israelense no Marrocos.
Uma fonte diplomática em Jerusalém confirmou à AFP na quinta-feira que David Govrin viajou de volta a Israel e que uma investigação está em andamento. Segundo a mídia israelense, o diplomata é acusado de exploração de mulheres marroquinas, assédio sexual e atentado ao pudor.
Seguindo os passos de Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Sudão, Marrocos normalizou suas relações com Israel em 2020 a pedido dos Estados Unidos, em troca do reconhecimento americano da "soberania" marroquina sobre o disputado território do Saara Ocidental.
Govrin, 59, foi nomeado chefe de missão do Escritório de Ligação de Israel em Rabat no início de 2021, antes de ser oficialmente nomeado embaixador de Israel no Marrocos.
* AFP