O enviado da ONU para o Saara Ocidental, Staffan de Mistura, reuniu-se neste sábado (3) com representantes do movimento de independência da Frente Polisario em Tindouf, Argélia, no âmbito da sua segunda visita à região, informaram fontes saharauis.
Mistura reuniu-se num campo de refugiados saharauis com o chefe da delegação negociadora do movimento de independência, Khatri Aduh, e com o representante da Polisário na ONU, Omar Sidi Mohamed.
A Polisario "está comprometida com uma paz justa [e] se compromete a defender, por todos os meios, o direito do povo saharaui de alcançar seus objetivos legítimos de autodeterminação e independência", disse Sidi Mohamed à imprensa após o encontro.
O movimento está disposto a "cooperar" com a ONU e seu emissário, acrescentou.
O diplomata ítalo-sueco reuniu-se anteriormente com um grupo de jovens saharauis, segundo a agência de notícias saharaui SPS.
No domingo, ele se reunirá com o líder da Polisário, Brahim Ghali, disse à AFP o representante do movimento na ONU.
Ao anunciar a visita na sexta-feira, uma porta-voz da ONU disse que Mistura "continua desejando aprofundar as consultas com todas as partes envolvidas na perspectiva de avançar construtivamente o processo político no Saara Ocidental".
Nomeado em novembro de 2021, Mistura fez sua primeira viagem pela região em janeiro, passando por Rabat, Mauritânia, Argel e Tindouf. No início de julho, ele viajou para Rabat para se encontrar com autoridades marroquinas, mas desistiu de visitar o Saara Ocidental, esperando fazê-lo em uma data posterior.
A questão do Saara Ocidental, ex-colônia espanhola considerada "território não autônomo" pela ONU, confronta Marrocos há décadas com a Frente Polisário, apoiada pela Argélia.
Rabat, que controla quase 80% do território, propõe um plano de autonomia sob sua soberania.
A Polisário apela a um referendo sobre a autodeterminação sob os auspícios da ONU, que foi planejado quando foi assinado um cessar-fogo em 1991, mas que nunca se concretizou.
A Argélia cortou relações diplomáticas com Marrocos em agosto de 2021 devido a profundas divergências sobre o Saara Ocidental e a reaproximação de segurança entre Rabat e Israel.
* AFP