Um jornalista japonês detido em Mianmar na semana passada foi acusado de incitar a dissidência contra as Forças Armadas que governam o país e de ter violado a lei de imigração, anunciou a junta miliar birmanesa.
Toru Kubota, detido no sábado passado em Yangon quando cobria uma manifestação contra os miliares, pode ser condenado a até cinco anos de prisão.
O repórter de 26 anos foi levado para a prisão de Insein, em Yangon, onde estão detidos vários presos políticos, informou à AFP uma fonte próxima ao caso.
"Ele está bem de saúde e representantes da embaixada o visitaram na delegacia em que estava detido", disse outra fonte.
O jornalista foi acusado "com base no artigo 505(a) do Código Penal e no artículo 13-1 da lei sobre imigração", afirmou a junta em um comunicado.
A lei 505 tem um texto ambíguo e é frequentemente usada contra jornalistas ou ativistas acusados de estimular a a dissidência contra o exército. Pode resultar em pensa de até três anos de prisão.
Kubota foi detido ao lado de dois birmaneses, perto de um protesto contra a junta na militar na capital econômica do país.
De acordo com sua conta no Instagram, ele dirigiu em 2019 um documentário sobre os rohingyas, uma minoria muçulmana presente em Mianmar (de maioria budista) que foge da repressão violenta do exército.
* AFP