A participação da Rússia na reunião ministerial do G20 na Indonésia foi "absurda" e similar a "convidar um piromaníaco para uma reunião dos bombeiros", criticou, neste sábado (16), a ministra das Finanças do Canadá, Chrystia Freeland.
"Fomos firme e claramente contrários à presença de funcionários russos", lembrou a vice-primeira-ministra canadense, que tem raízes ucranianas, durante entrevista coletiva por telefone.
A "invasão ilegal" da Ucrânia por parte da Rússia é a única responsável pelas "consequências econômicas" que o mundo inteiro está sofrendo atualmente, acrescentou Freeland, antes de atacar a delegação russa.
"Os tecnocratas russos que trabalham para financiar a máquina de guerra de [o presidente russo Vladimir] Putin são cúmplices ativos dos crimes de guerra da Rússia, assim como seus generais", disse.
A reunião de ministros de Economia e presidentes de bancos centrais do G20 na Indonésia terminou no sábado sem uma declaração conjunta, após os desacordos em torno da ofensiva russa na Ucrânia.
Freeland também defendeu a decisão canadense de permitir o retorno à Alemanha das turbinas reparadas destinadas ao gasoduto russo Nordstream, algo que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky considerou "inaceitável".
Embora tenha sido "muito difícil" de se tomar, essa "foi a decisão correta", argumentou a ministra canadense. "Os desafios energéticos enfrentados pela Alemanha e por nossos parceiros europeus são reais e o Canadá tem consciência disso", acrescentou.
Freeland assinalou que os Estados Unidos elogiaram publicamente essa escolha e que a Alemanha havia deixado claro que "sua capacidade para manter seu apoio à Ucrânia poderia ficar ameaçada".
Berlim exigiu a devolução desses equipamentos à Europa apesar das sanções contra a Rússia, com a esperança de evitar um corte no fluxo do gasoduto operado pelo grupo russo Gazprom.
* AFP