Uma mediação da ONU para possibilitar um acordo institucional entre grupos rivais e permitir a organização de eleições na Líbia fracassou nesta segunda-feira, o que provocou uma crise política.
Reunidos no Cairo de 12 a 19 de junho com a mediação da ONU, os representantes do Parlamento e do Alto Conselho de Estado - que atua como um Senado - não conseguiram chegar a um acordo sobre o texto que deve organizar as próximas eleições.
As eleições presidenciais e legislativas deveriam acontecer no fim de 2021, mas foram adiadas.
"A terceira e última rodada de negociações entre a Câmara de Representantes e o Alto Conselho de Estado sobre a questão constitucional líbia terminou na madrugada de 20 de junho", anunciou no Twitter a assessora especial do secretário-geral da ONU para a Líbia, a americana Stephanie Williams.
"Ainda há divergências sobre as medidas que devem administrar o período de transição até as eleições", admitiu.
Ao mesmo tempo, ela destacou que o "comitê misto alcançou um amplo consenso sobre os artigos polêmicos do projeto de Constituição da Líbia".
Williams pediu aos presidentes das duas Câmaras que se "reúnam em um prazo de 10 dias (...) para resolver as questões pendentes".
A organização de eleições presidenciais e legislativas em uma data específica parece improvável devido às fortes divergências entre os rivais políticos e às tensões.
Desde março, dois governos disputam o poder neste país do norte da África.
De um lado, o governo de Trípoli, criado no início de 2021 com apoio da ONU para liderar a transição para as eleições. Do outro, um Executivo formado em março e apoiado pelo Parlamento, que tem sede provisória em Sirte.
Desde a queda do regime de Muammar Khadafi em 2011, o país vive um cenário de caos.
* AFP