A junta militar que governa Mianmar expressou nesta segunda-feira (6) sua "máxima indignação" após ser classificada de "regime militar ilegítimo" pela diplomacia francesa e advertiu que isso poderia afetar as relações bilaterais.
No sábado, a diplomacia francesa condenou o anúncio de Mianmar de que iria realizar as primeiras execuções em décadas. O Ministério das Relações Exteriores francês denunciou "a política de terror realizada pelo regime militar ilegítimo".
Em reação, o Ministério das Relações Exteriores de Mianmar expressou "sua mais profunda indignação e enérgico protesto".
"Esta declaração é totalmente inaceitável e poderia ter efeitos negativos nas relações bilaterais", acrescentou o ministério do país asiático em comunicado.
A junta militar de Mianmar, que tomou o poder após um golpe de Estado em fevereiro de 2021, decidiu executar dois opositores políticos sentenciados à morte por "terrorismo". Os condenados são Phyo Zeya Thaw, ex-deputado do partido da líder Aung San Suu Kyi, e o ativista pró-democracia Ko Jimmy.
Depois de tomar o poder, a junta militar de Mianmar condenou à morte dezenas de pessoas mobilizadas contra o golpe de Estado. O país, no entanto, não realiza execuções há mais de 30 anos.
Tanto governos como ONGs condenaram o anúncio.
* AFP