
O governo britânico aprovou, nesta sexta-feira (17), a extradição do fundador da plataforma WikiLeaks, o jornalista Julian Assange, para os Estados Unidos, onde é acusado de ter divulgado documentos confidenciais do governo do país.
— Em virtude da lei de 2003 sobre a extradição, a ministra assinará uma ordem de extradição, se não houver motivo para proibi-la — disse um porta-voz do Ministério do Interior, confirmando que a ministra da pasta, Priti Patel, já assinou o decreto.
Os procuradores de Julian Assange agora têm 15 dias para apelar desta decisão, o que deverá ser feito perante à Suprema Corte do Reino Unido, a última instância da justiça britânica. O WikiLeaks já confirmou em nota publicada nas redes sociais da organização que a apelação será feita.
Assange, 50 anos, nasceu na Austrália, tendo também nacionalidade equatoriana. Por meio do WikiLeaks, o jornalista publicou em 2010 centenas de milhares de documentos oficiais sigilosos do governo dos Estados Unidos vazados por Chelsea Manning, principalmente sobre a atuação do exército norte-americano no Iraque e no Afeganistão.
Ainda em 2010, a Suécia emitiu um mandado internacional de prisão contra Assange, acusado de agressão. O jornalista se apresentou às autoridades suecas, mas, temendo posteriormente ser extraditado para os Estados Unidos, buscou asilo diplomático na embaixada do Equador em Londres no ano de 2012. No local, o jornalista permaneceu até 2019, quando foi preso e levado à penitenciária de segurança máxima de Belmarsh, na Inglaterra. Nos Estados Unidos, Assange enfrenta acusações que podem lhe render uma pena de até 175 anos de prisão.