Resultados preliminares da eleição na Hungria indicam ampla vantagem para o primeiro-ministro, Viktor Orbán, que disputa um quarto mandato seguido. Com a vantagem, ele declarou vitória já no começo da noite de domingo (3).
— Caros amigos, obtivemos uma vitória excepcional, uma vitória tão grande que provavelmente pode ser vista da lua, e certamente de Bruxelas — declarou o mandatário húngaro em um breve discurso após a publicação dos resultados parciais oficiais.
Acusado pela Comissão Europeia de múltiplos ataques ao Estado de direito, Orbán silenciou durante três mandatos consecutivos a justiça e os meios de comunicação, estimulando ao mesmo tempo uma visão ultraconservadora da sociedade.
— Ouvimos muita bobagem sobre o estado da democracia na Hungria, mas nos últimos 12 anos ela apenas se fortaleceu — disse o secretário de Orbán, Zoltan Kovacs.
A oposição conseguiu o melhor resultado desde 2010, mas o esforço de unir diversos partidos em uma única lista aparentemente foi em vão. O líder opositor, Peter Marki-Zay, não conseguiu se eleger para o parlamento e perdeu para um deputado do Fidesz — partido de Orbán — por 11 pontos porcentuais. Marki-Zay reconheceu a derrota no início da noite.
A taxa de participação se aproximou de 67,8% meia hora antes do fechamento das urnas, muito próxima da mobilização recorde das eleições de 2018.
Segundo Edit Zgut, cientista política da Academia Polonesa de Ciências em Varsóvia, a ampla vitória de Orbán permitirá que ele avançasse em uma direção autocrática, afastando dissidentes e dominando novas áreas da economia.
— A Hungria parece ter chegado a um ponto sem retorno — disse ela. — A principal lição é que o campo de jogo está tão inclinado que se tornou quase impossível substituir o Fidesz nas eleições.