O presidente francês Emmanuel Macron se reúne nesta segunda-feira (7) com o colega russo Vladimir Putin, enquanto o chanceler alemão, Olaf Scholz, terá um encontro em Washington com o presidente norte-americano, Joe Biden, para tentar reduzir a tensão na crise da Ucrânia.
Macron, cujo país tem a presidência semestral da União Europeia, deve desembarcar em Moscou à tarde e, depois do encontro com Putin, ambos concederão uma entrevista coletiva conjunta, informou o Palácio do Eliseu.
Também nesta segunda-feira, os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, República Tcheca, Eslováquia e Áustria viajarão a Kiev, que no domingo tentou minimizar as previsões americanas de que Moscou intensifica a preparação para uma incursão em grande escala na Ucrânia.
Autoridades americanas afirmaram que a Rússia mobilizou 110 mil soldados ao longo da fronteira com a Ucrânia, mas as avaliações do serviço de inteligência não determinaram se os planos do presidente russo, Vladimir Putin, são de invadir o país.
As fontes norte-americanas apontaram que a Rússia está a caminho de reunir uma força de quase 150 mil soldados para uma invasão em grande escala em meados de fevereiro.
Desta maneira, a Rússia poderia tomar a capital Kiev em 48 horas, em uma operação que poderia matar até 50 mil civis, 25 mil soldados ucranianos e 10 mil militares russos, com uma onda de até 5 milhões de refugiados, de acordo com os funcionários da inteligência norte-americana.
Além do potencial custo humano, a Ucrânia teme um grande dano a sua já abalada economia.
A Rússia quer garantias da Otan de que a Ucrânia não entrará para a Aliança e deseja que o bloco do Atlântico Norte retire suas forças dos países membros do leste europeu.
"Previsões apocalípticas"
Moscou nega a intenção de invadir a Ucrânia e um conselheiro presidencial de Kiev afirmou que as possibilidades de uma solução diplomática são "consideravelmente maiores do que a ameaça de uma escalada".
O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, tentou minimizar o cenário ao afirmar no Twitter: "Não acreditem nas previsões apocalípticas. Diferentes capitais têm cenários diferentes, mas a Ucrânia está preparada para qualquer cenário".
Muitos esperam que ele promova um plano de paz estagnado para o conflito de vários anos com os separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.
A viagem é uma aposta política para Macron, que tentará a reeleição em abril.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden ofereceu 3 mil soldados para fortalecer o flanco leste da Otan, e parte do contingente chegou à Polônia no domingo.
Mas o conselheiro de Segurança Nacional de Biden, Jake Sullivan, disse ao canal Fox News no domingo que o presidente "não está enviando forças para iniciar uma guerra ou travar uma guerra com a Rússia na Ucrânia".
— Enviamos forças a Europa para defender o território da Otan — explicou.
Scholz afirmou no domingo que Berlim está preparado para enviar mais soldados aos países bálticos, além dos 500 que já estão na Lituânia com uma operação da Otan. O chanceler viajará a Moscou e Kiev na próxima semana para conversar com Putin e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.