As forças de segurança sudanesas lançaram nesta segunda-feira (7) gás lacrimogêneo contra milhares de manifestantes que pediam um governo civil e justiça para aqueles que foram assassinados desde o golpe militar promovido no ano passado, informaram testemunhas e um jornalista da AFP.
O gás lacrimogêneo foi usado no momento em que os manifestantes se dirigiam ao palácio presidencial, na capital Cartum, em um novo protesto contra o golpe de Estado de outubro liderado pelo comandante-chefe do Exército, Abdel Fatah al Burhan.
Manifestantes lançaram pedras contra as forças de segurança, enquanto outros tentavam ajudar os feridos pelo impacto do gás lacrimogêneo, disse o repórter.
Desde o golpe, que interrompeu uma difícil transição para um governo civil, depois da queda do presidente autocrático Omar al Bashir em 2019, protestos em massa acontecem com frequência.
Ao menos 79 pessoas morreram e outras centenas foram feridas pela repressão dessas manifestações antigolpe, segundo um grupo de médicos independente.
Nesta segunda-feira, os protestos aconteceram apesar da grande mobilização de segurança em Cartum e nas cidades vizinhas Omdurman e Cartum Norte.
Nesta segunda-feira, os manifestantes também se lançaram para as ruas de Wad Madani, ao sul de Cartum, balançando bandeiras sudanesas e erguendo faixas com retratos de pessoas mortas pela repressão.
"Não ao militarismo!" e "Sangue por sangue!", gritavam, de acordo com testemunhas. Centenas de pessoas também protestaram em Port Sudan, sobre o Mar Vermelho, informaram habitantes.
* AFP