O Parlamento sérvio da Bósnia se reuniu nesta sexta-feira (10) para iniciar o polêmico processo de retirada das instituições comuns, especialmente do Exército, apesar das advertências dos países ocidentais.
A sessão da Assembleia da República Srpska (RS), entidade sérvia do país dividido dos Bálcãs, em Banja Luka (norte), foi realizada na manhã desta sexta e promovida por Milorad Dodik.
O líder político sérvio-bósnio defende a secessão há anos e, desta vez, aparentemente avançou neste sentido.
Após oito horas de debate, os deputados aprovaram o texto proposto por 49 votos a favor e três contra.
Milorad Dodik, de 62 anos, membro sérvio da Presidência colegiada da Bósnia, não para de repetir que o país que copreside é "impossível".
No passado um moderado protegido por países ocidentais, hoje é um nacionalista apoiado pela Rússia e acusa o Ocidente de fortalecer o Estado central sobre a RS.
"Se não temos o reflexo político agora (...) em dois anos não teremos nada para defender", disse.
Em 1995, o Acordo de Paz de Dayton (Estados Unidos) encerrou um conflito armado na região que deixou 100 mil mortos e consolidou a divisão da Bósnia em duas partes, a RS e uma entidade muçulmano-croata.
Com o tempo, um frágil Estado central foi adotando instituições comuns como Exército, Judiciário, impostos e o serviço de inteligência.
Dodik garante que quer recorrer de 140 decisões que transferiram os poderes sobre estas entidades para o governo central, a começar pelo Exército, Judiciário e Fazenda.
Nesta sexta-feira, o Parlamento da RS iniciou o processo com a adoção das "conclusões" que dão ao governo da entidade um prazo de seis meses para "retomar os poderes transferidos", segundo o chefe do SNSD, partido de Dodik.
* AFP