Dez pessoas foram mortas nesta quarta-feira (17) durante a repressão dos protestos contra o golpe no Sudão, informou um sindicato médico pró-democracia, sete delas nos subúrbios ao norte de Cartum, onde centenas de manifestantes continuam marchando.
Nos subúrbios ao norte da capital, sete pessoas foram mortas a tiros pelas forças de segurança que visavam "a cabeça, o pescoço ou o torso", disse o sindicato.
No total, desde o golpe de 25 de outubro, 34 pessoas, incluindo três adolescentes, morreram e centenas ficaram feridas.
A repressão pareceu piorar nesta quarta-feira. Ao meio-dia, o novo governo militar cortou todas as comunicações telefônicas, enquanto a internet está inacessível desde 25 de outubro.
No terceiro dia de protestos em massa, os ativistas não puderam se mobilizar como de costume por SMS e havia apenas alguns milhares de manifestantes em comparação com dezenas de milhares de ocasiões anteriores.
Todavia, a implantação de segurança e repressão foram mais fortes.
"Foi um dia muito ruim para os manifestantes", disse Soha, uma manifestante de 42 anos, à AFP. "Vi um ferido a bala atrás de mim e houve muitas prisões" em Cartum, acrescentou.
A Associação de Profissionais do Sudão, uma das mais ativas na revolta de 2019 que derrubou o ditador Omar al Bashir, denunciou nesta quarta-feira "imensos crimes contra a humanidade", acusando as forças de segurança de "homicídio premeditado".
* AFP