O exército sudanês anunciou nesta quinta-feira (4) a formação "iminente" de um governo, dez dias após o golpe de Estado dado pelo general Abdel Fattah al Burhane e condenado pela comunidade internacional.
Burhane dissolveu o governo em 25 de outubro, prendeu líderes civis e declarou estado de emergência no país. Ele liderava o país, de facto, desde 2019, depois da queda do então presidente Omar Al Bashir.
Desde então, o Sudão se encontra em uma encruzilhada entre militares intransigentes e manifestantes antigolpe.
A comunidade internacional fez vários apelos pelo diálogo e pelo retorno do poder civil.
"A formação de um governo é iminente", declarou Taher Abu Haga, um conselheiro do Burhane, à televisão estatal.
Após o golpe, os sudaneses foram às ruas em massa em manifestações duramente contidas pelas forças de segurança. Segundo um comitê de médicos pró-democracia, pelo menos 12 pessoas morreram, e centenas ficaram feridas na violência durante os protestos.
Nesta quinta, pequenas concentrações voltaram a aparecer em Cartum, exigindo "o fim do poder militar".
No domingo (31), o primeiro-ministro deposto Abdullah Hamdok, que está em prisão domiciliar desde o golpe, pediu a restauração de seu governo.
* AFP