O ex-presidente georgiano e líder da oposição Mikhail Saakashvili, preso e em greve de fome desde o início de outubro, foi transferido para um hospital-prisão nesta segunda-feira(8), anunciaram os serviços penitenciários.
"Para evitar o agravamento do estado de saúde de Mikhail Saakashvili e devido ao aumento do risco à sua segurança, ele foi transferido da prisão nº 12 para o centro médico para prisioneiros nº 18", informou a nota.
O anúncio ocorre pouco antes de uma grande manifestação planejada nesta segunda-feira à noite por apoiadores do ex-presidente em Tbilisi, a capital, para pedir sua hospitalização em um centro civil e não em uma prisão.
Na segunda-feira, os médicos que examinaram Saakashvili observaram um "alto risco de complicações sistêmicas" e uma "necessidade de tratamento urgente em uma clínica multifuncional bem equipada".
De acordo com a enviada para os direitos humanos na Geórgia, Nino Lomjaria, um hospital prisional não atende a esses critérios.
Saakashvili, próximo ao Ocidente e presidente da Geórgia entre 2004 e 2013, é atualmente o líder da oposição. Ele foi preso ao retornar ao país após oito anos no exílio, em 1º de outubro, pouco antes das eleições municipais. A formação Georgian Dream ganhou as eleições.
Para protestar contra sua prisão com base em uma condenação de 2018 por "abuso de poder", Saakashvili fez greve de fome em sua cela. O político qualifica sua sentença como política.
A oposição georgiana, liderada pelo Movimento Nacional Unificado Saakashvili, organizou várias manifestações em massa pedindo a libertação do ex-presidente e denunciando os resultados das eleições.
O ex-presidente é uma figura carismática que é adorada e criticada. Por um lado, ele é conhecido por ter lutado eficazmente contra a corrupção. Por outro, é criticado pela desastrosa guerra de 2008 contra a Rússia.
Sua prisão agravou ainda mais a crise política do país.
* AFP