Os georgianos começaram a votar neste sábado (30) no segundo turno das eleições locais, em meio a uma crise política no país, com o ex-presidente e líder da oposição Mikhail Saakashvili em greve de fome na prisão.
Saakashvili, presidente da Geórgia de 2004 a 2013, foi preso no início deste mês após retornar secretamente do exílio dias antes do primeiro turno.
Reformista e pró-Ocidente, ele está em greve de fome há 30 dias para protestar contra sua prisão, que diz ter motivação política, enquanto os Estados Unidos expressaram preocupação com sua condição.
A votação de hoje coloca os candidatos do partido governante Sonho Georgiano contra o Movimento Nacional Unido, da oposição de Saakashvili, para as prefeituras de cinco grandes cidades, incluindo a capital Tbilisi.
Também estão em disputa as prefeituras de 15 municípios menores e 42 cadeiras em duas dezenas de conselhos locais.
O primeiro-ministro Irakli Garibashvili pediu esta semana aos eleitores que apoiem o Sonho Georgiano, chamando o UNM de Saakashvili de uma "força anti-Estado e anti-nacional".
Saakashvili, em um comunicado divulgado por seus advogados antes da abertura das urnas, disse que a votação era "decisiva para a democracia georgiana".
pós o primeiro turno, em 2 de outubro, o Sonho Georgiano liderava as eleições locais nas listas dos partidos, enquanto os candidatos do UNM a prefeitos estavam à frente dos candidatos do partido no poder em várias grandes cidades.
A oposição denunciou fraude eleitoral, enquanto a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa disse que as eleições foram marcadas por acusações de "intimidação, compra de votos e pressão sobre candidatos e eleitores".
A embaixada dos EUA expressou preocupação com a "imparcialidade" da votação, e o Conselho da Europa enfatizou que a votação foi "uma oportunidade perdida para a democracia local na Geórgia".
A prisão de Saakashvili aprofundou uma longa crise no ex-país soviético, decorrente das eleições parlamentares do ano passado, vencidas pelo partido no poder por uma estreita margem e denunciadas como fraudulentas pela oposição.
* AFP