O Conselho Superior Eleitoral (CSE) da Nicarágua retirou o Partido Conservador (PC, direita), o mais antigo do país, da disputa pelas eleições presidenciais de novembro, denunciou o grupo nesta quarta-feira (19).
O presidente do PC, Alfredo César, disse que o CSE notificou o cancelamento da personalidade jurídica do partido "por ter anunciado que não vamos participar" das eleições de novembro, porque disse que não havia garantias.
"Aplicam a lei antes que chegue a causa, que é não se registrar", alegou César, que na semana passada se recusou a registrar a aliança União Republicana (UNIR), liderada pelo PC, embora tenha se reservado à possibilidade de inscrever seus candidatos como partido no período estabelecido de 28 de julho a 2 de agosto, para preservar sua legalidade.
A suspensão da personalidade jurídica do PC ocorre menos de 24 horas após ter sido retirada também a do Partido da Restauração Democrática (PRD, evangélico), que pretendia reunir uma dezena de organizações cívicas que participaram dos protestos de 2018 para exigir a renúncia do presidente Daniel Ortega.
A medida aplicada pelo tribunal eleitoral, formado por magistrados vinculados à Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN, esquerda), que está no poder, surpreendeu porque ocorre após a atribuição dos campos de cada partido na cédula de votação.
Após o cancelamento do PRD e do PC, seis partidos permanecem na disputa, incluindo um de caráter regional no Caribe e duas alianças eleitorais.
A Nicarágua realizará eleições presidenciais e legislativas em 7 de novembro.
* AFP