A Argélia criticou neste sábado "manobras estrangeiras" para desestabilizar o país do norte da África e mencionou Israel, depois do reconhecimento pelo governo dos Estados Unidos da soberania de Marrocos sobre o Saara Ocidental.
A decisão de Washington foi uma contrapartida da normalização das relações entre Marrocos e Israel.
"Há manobras estrangeiras que pretendem desestabilizar a Argélia. Há agora uma vontade da entidade sionista (Israel) de aproximar-se das nossas fronteiras", afirmou o primeiro-ministro Abdelaziz Djerad, na primeira reação de seu país à decisão de Washington.
"Observamos hoje em nossas fronteiras e no espaço do Magreb africano guerras e instabilidade ao redor da Argélia", completou Djerad.
Esta semana o presidente americano Donald Trump decidiu reconhecer a "soberania" de Rabat sobre o Saara Ocidental em troca da normalização das relações entre a Marrocos e Israel.
O Saara Ocidental é uma ex-colônia espanhola reivindicada tanto pelos marroquinos como pelos independentistas da Frente Polisário, apoiados pela Argélia, país vizinho e grande rival regional de Rabat.
As negociações lideradas pela ONU estão paralisadas desde o início de 2019.
* AFP