O furacão Eta ganhou força, nesta segunda-feira (2), ao se aproximar da costa do Caribe em Nicarágua e Honduras, com a ameaça de levar chuvas torrenciais à América Central, segundo organismos de socorro dos dois países e do Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos.
O furacão ganhou força nas águas quentes do Caribe e chegou à categoria 4 na escala Saffir-Simpson, que vai até cinco, com ventos máximos sustentados de 240 km/h. O NHC alertou que Eta poderia se fortalecer ainda mais antes de tocar o solo.
Seu centro se localiza a nordeste de Bilwi (também conhecido como Puerto Cabezas), no Caribe norte da Nicarágua, segundo o NHC, com sede em Miami.
As previsões são de que Eta, que se desloca a 15 km/h, toque o solo entre as 22h locais desta segunda (1h de terça, hora de Brasília) e a madrugada de terça-feira (3) no Caribe Norte da Nicarágua, habitada por populações indígenas e afro-descendentes.
— Está chovendo forte, com muitos ventos. O mar está bravo, estamos com medo — disse o professor Kevin Lackwood, de 22 anos, na comunidade costeira de Prinzapolka, onde os homens ficaram sozinhos cuidado das casas.
Lackwood disse que "se a situação ficar mais perigosa", eles deixariam a região e que as mulheres e crianças desta comunidade de 800 habitantes foram evacuadas para comunidades longe da costa.
Em Bilwi e comunidades adjacentes, situadas na costa caribenha, vivem 100 mil pessoas, a maioria indígenas dispersos em povoados que poderiam ser afetados pelo furacão, como Tuapí, Krukira, Sandy Bay, Cabo Gracias a Dios, Prinzapolka, Wawabar, Karatá, Halower, Wauhta, Kamwatla e Walpalsiksa.
"Já conseguimos evacuar mais de 3 mil famílias, com a participação ativa de nosso exército das comunidades" caribenhas como Prinzapolka e Los Cayos Miskitos, afirmou a vice-presidente e porta-voz oficial, Rosario Murillo.
Os comunitários são levados para casas em áreas altas e seguras, explicou Murillo, que também é primeira-dama. Tanto a Nicarágua quanto Honduras, os países com maior risco, decretaram alerta vermelho antes da chegada do ciclone.
O governo nicaraguense declarou alerta vermelho (máximo) no Caribe Norte e amarelo (de alerta) nos departamentos (estados) nortistas de Jinotega, Nueva Segovia, Chinandega, enquanto manteve alerta verde (de prevenção) para o restante do país.
O NHC advertiu que se esperam "ventos catastróficos, inundações repentinas e deslizamentos de terra em partes da América Central".
A Comissão Permanente de Contingências (Copeco) de Honduras emitiu alerta vermelho para os departamentos caribenhos de Gracias a Dios, Atlántida, Colón e Islas de la Bahía, assim como Olancho (oeste), diante da possibilidade de chuvas fortes trazidas pelo ciclone.
O norte de Honduras registrou fortes temporais, com cheias nos rios e fortes marés na costa norte, e o mau tempo forçou o fechamento do aeroporto na cidade caribenha de La Ceiba.