As forças de segurança do Mali executaram 101 indivíduos entre 1º de janeiro e 31 de março, afirmou nesta quinta-feira a missão da ONU no país (MINUSMA), que também acusa o exército do Níger por 30 execuções no território malinense durante o mesmo período.
A divisão de direitos humanos da MINUSMA denuncia uma "multiplicação de execuções extrajudiciais" que é "atribuída" ao Exército malinense.
Além disso, a ONU identificou "32 casos de desaparecimentos forçados", "32 casos de tortura ou tratamento cruel e degradante", e "115 detenções arbitrárias", todos atribuídos às forças de segurança malinenses.
"Estas cifras são documentadas" com nomes e circunstâncias, declarou Guillaume Ngefa, diretor da divisão de direitos humanos da MINUSMA. Estes casos "estão sendo investigados pelas autoridades malinenses".
A MINUSMA assinala que a "maioria" destas violações dos direitos humanos foi cometida pelo exército no centro do país. Esta região, desde o surgimento em 2015 de um grupo ligado à Al-Qaeda, é palco de violência jihadista, miliciana, intercomunitária e de crimes comuns.
Durante o mesmo período, a ONU documentou 34 execuções cometidas pelo exército do Níger no território do Mali: em Inekar (24 vítimas), Anderamboukane (5 vítimas) e outras 5 vítimas "em uma localidade entre Anderamboukane e Chinagodar".
Estes locais estão no nordeste do Mali, na zona de fronteira com o Níger.
* AFP