Os britânicos "só estarão autorizados a deixar suas casas para fazer compras, exercício físico ou trabalhar, caso seja absolutamente necessário", anunciou nesta segunda-feira (23) o primeiro-ministro Boris Johnson, isolando o país por ao menos três semanas contra o coronavírus.
— A partir desta noite, devo dar aos britânicos uma instrução muito simples: devem ficar em casa — afirmou Johnson, em pronunciamento à nação, no momento em que o Reino Unido contabiliza 335 mortos pela covid-19 e 6.650 casos confirmados, embora o número de possíveis infectados seja de pelo menos 55 mil.
— O mais importante a fazer é conter a propagação da doença — alertou Johnson, em mensagem gravada.
Embora tenha dito que está aplicando estas medidas contra a sua vontade, Johnson assinalou que as mesmas serão revisadas em três semanas e, se possível, amenizadas.
O governo britânico, duramente criticado por sua estratégia inicial contra a covid-19, soma-se, agora, a outros grandes países europeus, como Itália, Espanha e França, no isolamento de sua população como medida extrema para tentar conter a propagação da pandemia.
Este fim de semana, surgiu a preocupação com o número de pessoas que compareceram em grupo a parques e praias, ignorando a recomendação de evitar o contato social. Johnson advertiu que "se não seguirem as regras, a polícia terá o poder de fazer com que as mesmas sejam respeitadas, o que inclui multas e a dispersão de reuniões".
O governo britânico apresentou nesta segunda-feira, aos deputados, um projeto de lei de emergência que concede às autoridades poderes extraordinários para combater a propagação do vírus, permitindo prisões para fins de saúde pública ou a mobilização de aposentados dos serviços médicos. O texto, que será submetido à Câmara dos Lordes nesta terça-feira, visa a ajudar o serviço público de saúde (NHS) a enfrentar o novo coronavírus e retardar a progressão da epidemia.