As caixas-pretas do avião ucraniano que caiu no Irã, matando todas as 176 pessoas a bordo, serão "abertas" nesta sexta-feira (10), informou a agência de notícias estatal iraniana Irna. Nenhuma informação adicional foi fornecida sobre quem vai examinar os dados das caixas-pretas, mas o chefe da Organização de Aviação Civil do Irã, Ali Abedzadeh, disse que prefere que o país lidere a operação de extração de dados. Entretanto, de acordo com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia , Vadym Prystaiko, especialistas ucranianos obtiveram acesso à caixa-preta.
Ainda de acordo com autoridades, toda a investigação pode se estender até o próximo ano e ajuda externa pode ser requisitada em caso de dificuldades no processo.
— Preferimos fazer o download das caixas pretas no Irã. Mas se percebermos que não podemos fazer isso porque as caixas estão danificadas, procuraremos ajuda — disse Abedzadeh em entrevista coletiva.
Já em relação ao prazo, autoridades disseram que a extração pode durar até dois meses. Um funcionário da aviação iraniana também disse que toda a investigação, com a apresentação de provas, pode se estender até o próximo ano.
Na mesma entrevista, Abedzadeh foi categórico ao negar a possibilidade de o avião ter sido atingido por engano por um míssil. Na quinta-feira (9), um comunicado do porta-voz do governo iraniano já havia rebatido declarações de autoridades canadenses e americanas que indicavam essa hipótese.
— O que é óbvio para nós, e o que podemos dizer com certeza, é que nenhum míssil atingiu o avião. Se eles realmente têm certeza, devem vir e mostrar suas descobertas ao mundo (de acordo com os padrões internacionais) — disse.
Na quinta, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse ter informações de autoridades de que foi um míssil enviado pelo Irã que derrubou o Boeing 737, causando o acidente que deixou 176 mortos.
— Isso pode ter sido acidental — afirmou Trudeau, acrescentando ainda que parceiros internacionais estão envolvidos na investigação.
— É extremamente importante que haja uma apuração completa — defendeu.