O presidente eleito do Uruguai, Luis Lacalle Pou, apresentou nesta segunda-feira (16) seu futuro gabinete governamental e prometeu uma administração focada na "ação". A equipe de Lacalle Pou é composta por integrantes de quase todos os partidos. A aliança de siglas, que vão desde à esquerda social-democrata até a direita, foi a responsável por fazer com que ele alcançasse os votos para governar e uma maioria parlamentar.
Entre os ministros de Lacalle Pou estão o ex-candidato à presidência do Partido Colorado, o liberal Ernesto Talvi, que será chanceler, e a economista Azucena Arbeleche, que assumirá as rédeas da economia em meio ao aumento do desemprego, fechamento de empresas e déficit fiscal de quase 5% do Produto Interno Bruto (PIB).
O senador Jorge Larrañaga, do Partido Nacional, que idealizou uma reforma de segurança para endurecer penas contra o crime e que foi rejeitada nas urnas, será ministro do interior. Entre os desafios que ele terá que enfrentar, está a taxa crescente de homicídios que em 2018 subiu 45%, chegando a nível recorde para o país sul-americano.
Lacalle Pou, que negociou por semanas a composição de gabinete com seus parceiros, destacou a "interação de homens e mulheres de diferentes partidos políticos" para alcançar um "governo de ação".
— Os uruguaios exigem a ação de seus governantes e essa será uma das principais condições de nosso governo — afirmou durante um ato para a imprensa em Montevidéu.
O presidente prometeu o máximo de informações possível aos cidadãos e ratificou que promoverá auditorias nas principais distribuições do Estado, com o objetivo de apresentar um relatório sobre a situação do país aos uruguaios antes de assumir.
— O governo que está de saída omitirá algumas medidas e promoverá outras que, de alguma forma, alteram a composição econômica dos próximos anos — comentou Lacalle Pou. Para ele, a transição formalmente tranquila, mas ríspida devido à divergência de ideias dos governos que entram e saem, em particular no plano fiscal.
Lacalle Pou substituirá Tabaré Vázquez em 1 de março de 2020 para um mandato de cinco anos.