Milhares de pessoas foram às ruas nesta terça-feira (24), na Argélia, contra o regime, apesar do luto nacional decretado após a morte do poderoso general Ahmed Gaid Salah.
Os estudantes mantiveram sua manifestação semanal - a 44ª consecutiva -, em meio ao luto nacional de três dias, decretado em consequência da repentina morte do chefe do Estado-Maior do Exército.
Ao contrário dos dias anteriores, não houve palavras de ordem, nem cartazes dirigidos diretamente contra o falecido general nas manifestações do "Hirak", o poderoso movimento popular de protesto que agita a Argélia desde 22 de fevereiro passado.
Além disso, os manifestantes pareciam em menor número do que nos atos passados. Nas redes sociais, havia rumores, sem fundamento, de que a marcha estudantil havia sido cancelada. O dispositivo policial também envolveu menos agentes, e o cortejo avançou sem incidentes significativos. A polícia dispersou a caravana no início da tarde.
Chefe do Estado-Maior do Exército argelino desde 2004, o general Gaid Salah morreu na segunda-feira de manhã, aos 79 anos, de um ataque do coração.
"A morte de Gaid Salah não muda nada" para o Hirak, repetiram muitos jovens à AFP.
"Não nos manifestamos contra uma pessoa, mas contra um sistema", afirmou Kahina, de 22 anos, estudante de Biologia.
"Concordamos, porém, que não haveria gritos, nem cartazes, anti-Gaid por respeito aos mortos", acrescentou.
* AFP