Centenas de mulheres sudanesas marcharam nesta segunda-feira em Cartum para marcar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, no primeiro protesto do tipo realizado nesse país africano em décadas.
Pedindo "Liberdade, paz, justiça", as manifestantes foram às ruas vestidas de laranja, a cor do movimento que resultou na queda do ditador Omar al-Bashir em abril.
Também exibiam faixas com os dizeres "A revolução das mulheres continua" e "Nós somos a revolução, somos a mudança".
Outras carregavam faixas pedindo "Pare o estupro das mulheres Darfur", e pediam justiça para as mulheres vítimas da guerra na região ocidental do Sudão.
Bashir tomou o poder em um golpe islâmico em 1989 e desde então o papel das mulheres havia sido severamente restringido no Sudão.
Durante seu governo de 30 anos, as autoridades implementaram um código moral rigoroso que os ativistas disseram ter como alvo principal as mulheres, usando duras interpretações da lei islâmica, a sharia.
Milhares de mulheres foram açoitadas e receberam pesadas multas sob uma controversa lei de ordem pública por "se vestir indecentemente" ou consumir álcool, que é proibido no país.
Durante os protestos que abalaram o regime de Bashir, as mulheres estavam na vanguarda, exigindo sua expulsão e o fim da violência contra elas.
* AFP