A Tunísia se destaca como um modelo de transição democrática bem-sucedida no mundo árabe desde a Revolução de 2011, apesar das dificuldades econômicas, enquanto os outros países foram mergulhados no caos, na repressão, ou na guerra.
Aberto em seu flanco norte e leste até o Mar Mediterrâneo, com 1.300 km de costa, este país do norte da África faz fronteira com a Argélia, assim como com a Líbia, ao sul, e tem mais de 11,5 milhões de habitantes.
Conheça mais sobre a Tunísia no quadro abaixo:
- Fim do protetorado francês -
Em março de 1956, este protetorado francês obteve sua independência e, um ano depois, foi proclamada a República, presidida pelo pai da independência, Habib Bourguiba.
Após uma longa gestão autoritária, foi afastado do poder em 1987 por seu primeiro-ministro, Zine El Abidine Ben Ali, reeleito sucessivamente em várias eleições polêmicas.
- Revolução -
Em 17 de dezembro de 2010, um vendedor ambulante, cansado da miséria e da humilhação policial, ateia fogo ao próprio corpo e deflagra um movimento de protesto contra o desemprego e o custo de vida. A revolta se espalha por todo país.
Em 14 de janeiro de 2011, Ben Ali foge para a Arábia Saudita, e a revolta popular chega a outros países árabes.
Em outubro, o movimento islâmico Ennahdha vence as primeiras eleições livres na história do país.
Em 2014, a Tunísia adota uma nova Constituição e organiza eleições legislativas. O partido anti-islâmico Nidaa Tounes sai vitorioso das urnas e forma uma incomum aliança de governo com o Ennahdha.
Em dezembro, Beji Caid Essebsi é eleito presidente por sufrágio universal. Ele morre em julho de 2019.
- Direitos para as mulheres -
A Tunísia é considerada pioneira no norte da África e no Oriente Médio nos direitos das mulheres. Em 1956, adotou o Código do Estatuto Pessoal, que aboliu a poligamia, instituiu o divórcio judicial e estabeleceu em 17 anos a idade mínima para casar, em se tratando das mulheres, com seu consentimento, além de outros direitos.
A Constituição de 2014 introduz uma meta de paridade nas Assembleias de Representantes e, em 2017, foi votada uma lei para combater a violência sexista.
- Atentados -
Em 2015, três ataques reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) deixaram 72 mortos.
Um ano depois, os jihadistas mataram 13 membros das forças de segurança e sete civis no sul do país.
Embora a segurança tenha melhorado, o estado de emergência foi mantido desde então.
- Dificuldades econômicas -
Em 2016, o Fundo Monetário Internacional (FMI) concedeu um empréstimo de 2,4 bilhões de euros por quatro anos à Tunísia, em troca da implementação de amplas reformas.
O crescimento atingiu 2,5% em 2018, após anos de estagnação, mas o FMI espera que caia abaixo de 2% em 2019.
Um dos principais produtores de azeite e fosfato - um recurso estratégico, o país tem dificuldades para reduzir o desemprego.
Em queda após os atentados, o número de turistas voltou a crescer nos últimos anos.
- Patrimônio cultural -
A Tunísia conta com vários locais inscritos no Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura (Unesco), como as medinas da Tunísia e Susa, o sítio arqueológico de Cartago (norte), ou a cidade de Kairuan, capital da Tunísia no século VIII e considerada a quarta cidade sagrada do Islã.
* AFP