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A Suprema Corte dos Estados Unidos autorizou nesta quarta-feira (11), de forma temporária, o governo Trump a negar asilo a imigrantes que tenham passado por outros países sem pedir o mesmo tipo de proteção.
A decisão afeta, principalmente, moradores da América Central que tentam chegar ao país cruzando o México. Através do Twitter, o presidente Donald Trump elogiou a decisão, escrevendo: "Grande vitória na Suprema Corte dos Estados Unidos sobre o asilo na fronteira!".
A decisão "ajuda grandemente a construir sobre o progresso obtido no enfrentamento da crise na nossa fronteira sul e, em última instância, tornará as nossas comunidades mais seguras", declarou o secretário adjunto de imprensa da Casa Branca, Hogan Gidley.
Lee Gelernt, advogado da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, sigla em inglês), declarou que a batalha legal em torno das restrições de asilo está apenas começando:
— Isto é apenas temporário e esperamos prevalecer no final" porque "as vidas de milhares de famílias estão em jogo.
Legisladores democratas também lamentaram a decisão.
—Vidas serão perdidas. Esta decisão fará com que aqueles que fogem do medo e da perseguição sejam rejeitados e só ampliará a crise humanitária na região —, advertiram em um comunicado Jerrold Nadler, presidente do Comitê Judicial da Câmara, e Zoe Lofgren, que lidera o subcomitê de imigração e cidadania.
O titular do Comitê de Relações Exteriores, Eliot Engel, considerou que "para muitos refugiados isto é uma questão de vida ou morte".
Política de imigração
A política de restrições está entre uma série de medidas tomadas por Trump e suas intenções de deter o fluxo de imigrantes que tentam chegar aos Estados Unidos cruzando o México e que pedem asilo na fronteira entre os dois países.
O Pentágono anunciou na terça-feira que manterá no próximo ano até 5,5 mil soldados posicionados ao longo da fronteira sul dos Estados Unidos para combater a imigração ilegal.
Também divulgou que vai liberar 3,6 bilhões de dólares para a construção do muro anti-imigração na fronteira, obra prometida por Trump durante sua campanha e que, segundo afirmou à época, seria custeada pelo México.
A utilização dessa verba do Pentágono para a construção do muro foi justificada sob a controversa declaração de emergência emitida por Trump logo depois do congresso negar a autorização de uso de um fundo especial para a obra.