As autoridades de Hong Kong cancelaram, nesta terça-feira (13), todos os voos com decolagem prevista para o território após centenas de manifestantes ocuparem o aeroporto em protesto pró-democracia. As operações haviam sido retomadas ao amanhecer (noite de segunda no Brasil), um dia depois de o tráfego aéreo ter sido interrompido por conta de uma grande manifestação.
Poucos manifestantes passaram a noite no aeroporto, mas centenas de ativistas retornaram respondendo à convocação para um novo ato. A ação foi uma resposta ao discurso da chefe de Governo de Hong Kong, Carrie Lam, leal a Pequim, que advertiu que os protestos levarão a cidade a um "caminho sem retorno".
Vestidos de preto, a cor símbolo do movimento pró-democracia, eles gritavam frases com pedidos de liberdade, enquanto os passageiros se apressavam para embarcar nos voos antes do cancelamento. Os participantes do protesto obstruíram os corredores que levam às áreas de embarque nos dois terminais, mas dezenas de passageiros conseguiram superar o bloqueio.
Na segunda-feira (12), a autoridade aeroportuária do território anunciou a decisão, incomum, de anular todos os voos depois que milhares de manifestantes invadiram o terminal de desembarque.
O fechamento do oitavo aeroporto mais movimentado do mundo evidencia uma nova escalada da crise que começou em junho, a mais grave em Hong Kong desde sua devolução a Pequim em 1997, com 10 fins de semana consecutivos de protestos, incluindo muitos que terminaram em confrontos entre radicais e forças de segurança.
Os protestos começaram depois que o governo local apresentou um projeto de lei — atualmente suspenso — que permitia a extradição de detentos à China continental. Em pouco tempo, no entanto, as manifestações passaram a adotar demandas mais amplas.