O ex-presidente sudanês Omar al-Bashir, destituído pelo exército em 11 de abril, depois de passar 30 anos no poder, foi acusado neste sábado por um tribunal de Cartum por posse ilegal de fundos estrangeiros e uso fraudulento dos mesmos.
As autoridades "apreenderam 6,9 milhões de euros, 351.770 dólares e 5,7 milhões de libras sudanesas na residência de Bashir, que obteve e utilizou as quantias ilegalmente", afirmou o juiz Al Sadiq Abdelraman.
De acordo com o magistrado, o ex-presidente pode ser condenado a até 10 anos de prisão pela aquisição dos fundos e a até três anos por transações ilegais.
O julgamento do presidente destituído começou em 19 de agosto, dois dias depois da assinatura de um acordo sobre um período de transição política entre os militares, que ocuparam o poder após sua queda, e os líderes dos protestos que exigiam a transferência do poder aos civis.
Bashir foi informado pela Promotoria que enfrentava acusações de "posse de divisas estrangeiras, corrupção e tráfico de influência".
Durante a primeira audiência, um investigador afirmou que o ex-presidente admitiu que recebeu grandes quantias de dinheiro saudita em espécie, até 90 milhões de dólares.
A próxima audiência está marcada para 7 de setembro.
* AFP