A alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, visitará a Venezuela de 19 a 21 de junho e se reunirá, separadamente, com o ditador Nicolás Maduro e com o líder opositor Juan Guaidó, conforme anúncio de seu gabinete nesta sexta-feira (14).
Michelle Bachelet também vai se encontrar com "vítimas de abusos e de violações de direitos humanos e com seus familiares", segundo o Comissariado. Em discurso no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em março, Bachelet afirmou que as forças de segurança da Venezuela, apoiadas por milícias pró-regime, reprimiram protestos contrários a Maduro com força excessiva, assassinatos e tortura.
Por outro lado, a ex-presidente do Chile afirmou que a crise política, econômica e social na Venezuela tem sido "exacerbada pelas sanções" internacionais aplicadas ao país sul-americano.
Caracas convidou Bachelet para visitar o país há meses, mas sua agência alegou que a visita não poderia acontecer sem determinadas garantias. A ONU não detalhou quais condições seriam necessárias.
"Também terá reuniões com um certo número de ministros e de funcionários do governo, assim como com o presidente da Suprema Corte" e com o "procurador-geral", acrescentou o Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos.
O comunicado também cita representantes da sociedade, membros da comunidade empresarial e sindicatos, além de líderes religiosos e acadêmicos. A Venezuela enfrenta uma grave crise econômica e sofre com a escassez de alimentos e de remédios. Segundo a ONU, cerca de 4 milhões de pessoas deixaram o país desde 2015.